Banco Central oferece programa gratuito de educação financeira para escolas
- Luchelle Furtado

- 25 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de mar. de 2022
Educação financeira no Brasil

Educação financeira no Brasil - Foto: Pixabay
Luchelle Furtado
A educação financeira não deve ser enquadrada, apenas, como um ato de economizar dinheiro e cortar gastos desnecessários para, futuramente e/ou quando necessário, possuir uma reserva de emergência, mas sim, uma prática para garantir bem-estar e segurança.
Contudo, no Brasil, a educação financeira está longe de se tornar um assunto consideravelmente necessário. Segundo dados do Banco Mundial, apenas 3,64% da população economiza pensando no futuro.
Apesar do atual cenário interferir no poder de decisão na hora de investir, essa cultura de não poupar é presente no País há anos. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), em 2017, cerca de 75% da população nacional não fez nenhum tipo de aplicação financeira.
Educação financeira
Levando esses números em consideração, foi criado o programa “Aprender Valor” – iniciativa do Banco Central que tem como objetivo estimular o desenvolvimento de competências de educação financeira e educação para o consumo em estudantes de escolas públicas do ensino fundamental brasileiro.
“Entendemos que a criação de bons hábitos financeiros é mais simples do que a posterior modificação de hábitos não tão saudáveis. Se ensinarmos às crianças e jovens desde cedo a importância de poupar para constituir uma reserva de emergência, de fazer planos de curto, médio e longo prazos, de estabelecer suas prioridades de forma consciente, de tomar decisões de forma responsável, elas estarão muito mais bem preparadas para a vida adulta”, explica a chefe da divisão de educação financeira, Melissa Machado de Moraes.
Segundo Melissa, a ideia é conscientizar a futura geração com conhecimentos e habilidades para que os jovens possam saber o que fazer em determinadas situações. “Eles vão entender se a melhor alternativa em uma dada situação é não comprar, ou poupar para comprar no futuro, ou, ainda, utilizar o crédito para financiar a compra no presente, considerando os benefícios e as consequências, e, no caso da decisão por sua utilização, sendo capaz de escolher o melhor caminho, conhecendo as implicações e os possíveis riscos ao optar por utilizá-lo”.
Aprender Valor
O programa Aprender Valor, propõe que a educação financeira aconteça nas escolas de ensino fundamental por meio de projetos que integram este assunto a diferentes componentes curriculares com atividades capazes de articular habilidades relacionadas ao planejamento do uso dos recursos, à poupança ativa e ao uso responsável do crédito com conteúdos e habilidades de matemática, língua portuguesa e ciências humanas previstas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
A iniciativa, que vinha sendo implementada em uma fase piloto desde o início de 2020, em escolas selecionadas de cinco estados – Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará e Paraná e o Distrito Federal – está em fase de expansão nacional desde maio deste ano.
“O programa está aberto para adesão de qualquer rede de ensino pública, seja estadual ou municipal, e de todas as escolas públicas de ensino fundamental do País. A adesão pode ser feita diretamente na plataforma Aprender Valor. Após a adesão, as escolas devem cadastrar seus profissionais e professores, e suas turmas e estudantes”, acrescenta Melissa.
A partir daí, os profissionais terão acesso aos cursos de formação (para gestores e para professores), e, após uma avaliação de entrada dos estudantes para traçar uma linha de base em matemática, língua portuguesa e letramento financeiro, prevista para a segunda quinzena de agosto, o Aprender Valor colocará a disposição dessas escolas projetos escolares com educação financeira integrada aos componentes curriculares de língua portuguesa, matemática e ciências humanas.
Para participar do Aprender Valor, a escola precisa aderir ao programa por meio da sua plataforma. O representante da escola deve acessar o site utilizando o código INEP da escola e fazer login com usuário e senha. O diretor cadastrado na plataforma só precisa fazer login com seu CPF e fazer a adesão. Vale acrescentar que a inscrição pode ser feita apenas até o dia 30 de junho.
Educação financeira para professores
Como a ideia é propor um ensino integrado e complementar, o programa vai se comprometer a instruir a formação dos educadores envolvidos. Dessa forma, professores e técnicos das redes de ensino vão ter acesso a conhecimentos e formas de melhorar a gestão de seus recursos financeiros com orientações práticas sobre temas como planejamento financeiro e poupança.
Vale acrescentar que os projetos escolares, disponíveis para os nove anos do ensino fundamental, são sequências didáticas que têm entre 8 e 10 aulas e trazem a educação financeira associada aos componentes curriculares obrigatórios.
Atualmente, devido aos efeitos da pandemia da Covid-19, o programa oferece também projetos escolares adaptados para aplicação não presencial – nesse caso, as sequências didáticas têm 5 aulas cada.






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