Nojentas, mas úteis: Afinal, qual é a função das baratas?

As baratas não são bem vistas mas são primordiais no nosso cotidiano

A função das baratas, basicamente, é servir como decompositora - Foto: iStock

Luchelle Furtado

As baratas são insetos variados que possuem diversas espécies. Essa categoria ama lugares úmidos, molhados e são especialmente ativas no verão. Apesar disso, elas também são encontradas em climas temperados, tendo em vista que “possuem” acesso aos alimentos que estão geralmente disponíveis nas casas das pessoas. Por conta dessas aparições indesejadas, elas são vistas como insetos que precisam ser aniquilados, mas, o que pouca gente sabe é a importância da função das baratas.

Função das baratas

Mesmo os animais que parecem insignificantes ou são considerados repugnantes para algumas pessoas têm sua importância. Isso porque, todos os seres vivos fazem parte de uma complexa cadeia alimentar.

As baratas, por exemplo, são um caso de destaque. Por serem insetos onívoros, ou seja, alimentam-se tanto de animais quanto de vegetais, essa espécie tem papel vital como decompositora de restos orgânicos.

“As baratas fazem o papel de limpeza do meio ambiente. E elas se adaptaram muito bem a isso. No caso das baratas urbanas – que estão ligadas ao modo de vida do ser humano – elas se alimentam de todos os restos que produzimos”, explica Mário Kokubu, Biólogo e Educador do Planeta Inseto do Instituto Biológico, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Baratas urbanas

No caso das baratas urbanas, elas, em especial, são totalmente dependentes da presença dos seres humanos e, além disso, são importantes dentro da cadeia alimentar das grandes cidades.

Isso porque, apesar de representarem apenas uma mínima porção das espécies existentes de baratas, cerca de 1%, elas são muito numerosas e o seu desaparecimento causaria um forte desequilíbrio nos ecossistemas urbanos.

Vale destacar que isso se justifica pelo fato das baratas serem insetos que consomem muito rapidamente toneladas de restos como alimentos, fezes, cadáveres, papel, etc.

“Apesar de existirem diversos tipos de baratas, o papel delas, basicamente, é o mesmo. Existem algumas que vão se alimentar de raízes de plantas e outras de restos. Mas essa é a função das baratas – fazer a decomposição”, informa o biólogo.

“A diferença entre as baratas de Madagascar, por exemplo, e as baratas urbanas, é que as primeiras se alimentam de folhas e restos de alimentos que estão na selva, inseridos na natureza. Já as da cidade, se alimentam dos nossos restos de comida, dos nossos lixos, esgotos, etc. Nesse caso, se elas ingerirem algo contaminado, como algum vírus presente ali, elas podem transmitir para a gente”, detaha Mário Kokubu.

As baratas, apesar de resistentes, não são capazes de aguentar a radiação - Foto: iStock

Função das baratas na cadeia alimentar

Além disso, dentre as inúmeras funções das baratas podemos citar a presença dela na cadeia alimentar. Além de servirem como decompositoras, elas fazem parte também da dieta de muitos outros animais, como aves, aranhas, lacraias, escorpiões, ratos e morcegos.

Nesse caso, é certo dizer que o fim das baratas causaria uma desestabilização das populações animais. Caso isso acontecesse, para conseguir uma readaptação ecológica, seria necessário um longo período até outro ser vivo conseguir ocupar o nicho das baratas.

Resistência das baratas

Levando isso em consideração, é nítida a importância da função das baratas para a manutenção do bem estar de inúmeras espécies. Nesse caso, por mais estranho que possa parecer, manter as baratas vivas é extremamente necessário.

Mas para isso não é preciso um grande esforço. As baratas são mais resistentes do que outros animais. No entanto, muitas pessoas acreditam e espalham que as baratas resistiriam a um ataque nuclear – o que é uma afirmação completamente equivocada.

“Uma bomba nuclear mata devido a uma determinada temperatura. O que acontece no caso das baratas e de outros organismos e aqui podemos incluir os insetos, é que eles toleram mais a radiação do que o ser humano. Mas isso não significa que elas sobreviveriam a um ataque dessa magnitude”, conclui o biólogo.