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Voo suborbital: entenda o que é esse modelo de viagem espacial

  • Foto do escritor: Luchelle Furtado
    Luchelle Furtado
  • 27 de jul. de 2021
  • 4 min de leitura

Corrida espacial continua a mesma... só que diferente: entenda


Corrida especial agora é focada em turismo - Foto: Pixabay


Luchelle Furtado


Nas últimas semanas, o mundo vem presenciando um novo modelo de viagem espacial: o voo suborbital. O método, segundo apontam alguns empresários, tende a se tornar uma tendência em um curto espaço de tempo, tendo em vista a procura por esse serviço por parte das pessoas que possuem o sonho e/ou desejo de viajar pelo espaço.


Viagem espacial e Guerra Fria


Como é sabido por todos, as viagens espaciais já estão no radar dos seres humanos há décadas. Em 12 de abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin se tornou o primeiro humano a ser lançado ao espaço a bordo da nave Vostok 1.


Este acontecimento foi um dos primeiros grandes marcos da corrida espacial travada entre os Estados Unidos e a União Soviética (URSS), que, em plena Guerra Fria, “batalhavam” para ver quem conquistaria a hegemonia política e econômica do mundo e, consequentemente, chegaria ao espaço primeiro.


Em ritmo frenético, essa corrida continuou a todo vapor por um longo período. Pouco tempo depois de Yuri Gagarin, foi a vez de Alan Shepard, astronauta da NASA, se tornar o primeiro norte-americano a ir para o espaço. O feito aconteceu em 5 de maio daquele mesmo ano.


Vale acrescentar que outros fatos antecederam esses acontecimentos. Em 1957, a URSS lançou com sucesso o Sputnik-1 – o primeiro satélite artificial, isto é, o primeiro objeto posto pela humanidade em órbita ao redor de um corpo celeste, no caso a Terra. Naquele mesmo ano, o país também lançou a cachorrinha Laika para o espaço – uma vira-lata das ruas de Moscou que se tornou um dos primeiros animais a serem lançados no espaço e o primeiro deles a orbitar a Terra.


Corrida espacial 2.0?


Agora, 60 anos após o início desses acontecimentos, o mundo está presenciando uma nova empreitada no ramo: a corrida espacial turística. Ao que tudo indica isso deve se tornar uma tendência mundial nos próximos anos.


No dia 11 de julho deste ano, o bilionário Richard Branson foi para o espaço a bordo de uma nave da sua própria empresa, a Virgin Galactic, junto com outros três passageiros e dois pilotos.


Após a nave ficar em gravidade zero por alguns minutos, ela voltou à Terra e a empresa pode comemorar o sucesso da primeira missão turística da companhia.


Pouco mais de uma semana após Branson se tornar o primeiro civil a viajar ao espaço em um voo suborbital, no dia 20 de julho foi a vez de Jeff Bezos, fundador da Amazon e da Blue Origin, empresa de voos espaciais, também realizar um voo do mesmo tipo.


A bordo de uma cápsula impulsionada por um foguete, a New Shepard (em homenagem a Alan Shepard), a data foi escolhida a dedo em comemoração ao aniversário de 52 anos do pouso da Apollo 11 na Lua. Vale destacar também que esse foi o primeiro voo civil sem piloto ao espaço.


“A ideia dessas empresas que estão envolvidas em investir no turismo espacial não é levar astronautas ao espaço e, sim, pessoas comuns que não vão fazer órbita, mas, sim, voos suborbitais. Nesse caso, eles vão simplesmente sair da atmosfera, ir até o alto, observar a Terra do espaço e voltar. E isso é bem mais simples do que fazer um voo que demanda contornar a Terra – no caso, fazer a órbita completa”, explica Roberto “Pena” Spinelli, físico e capitão do Manual do Mundo.


Voo suborbital


Mas o que significa voo suborbital? Basicamente, a diferença entre voo suborbital e orbital está na trajetória empreendida por uma espaçonave, embora ambos sejam considerados voos espaciais.


No caso do voo suborbital, a trajetória realizada é uma curva. Ou seja, a nave/ cápsula alcança a fronteira do espaço e volta, sem dar uma volta ao redor da Terra.


Já se tratando de voo orbital, a velocidade de lançamento é tão elevada que a nave consegue realizar uma trajetória circular em volta da Terra. Assim, ao chegar ao espaço, em vez da nave “cair” de volta ao solo, como no voo suborbital, ela “cai” ao redor da Terra.


Busca por voo suborbital


Segundo Jeff Bezos, a Blue Origin já faturou quase US$ 100 milhões em passagens privadas ao espaço. A informação foi declarada por Bezos após o norte-americano voar ao espaço por 11 minutos em um foguete da empresa.


Apesar da empresa não ter divulgado o preço dos assentos, a organização pretende realizar mais dois voos ainda neste ano.


“A princípio, esses voos vão funcionar como um parque de diversão. Um passeio. As pessoas pagam para ir até o espaço e voltam. Mas, futuramente, eu acredito que as pessoas vão querer ir para o espaço não só como um turismo de “sobe e desce”, mas também com a possibilidade de explorar mais o espaço. Talvez – e por que não – as pessoas possam ficar uma semana na Lua”, comenta Pena.


Idade para ir ao espaço?


Uma curiosidade no voo realizado por Bezos é que, além dele e de seu irmão, outros dois tripulantes estavam a bordo da nave: uma pilota de 82 anos – a pessoa mais velha a ir ao espaço –, e um holandês de 18 anos – o mais jovem a ir ao espaço e a primeira pessoa que pagou por isso.


No entanto, por se tratar de uma viagem suborbital, alguns questionamentos surgem no quesito: existe idade mínima ou máxima para fazer uma viagem ao espaço?


“As duas empresas tentaram fazer as acelerações do foguete de maneira suave a ponto de qualquer pessoa – mesmo que não seja um astronauta treinado – consiga ir ao espaço. Nesse caso, as curvas de voos foram pensadas para que não causem essa “pressão” que os astronautas sofrem quando vão ao espaço”, explica Pena.


Com isso, levando todos esses avanços tecnológicos em consideração, podemos dizer que daqui 60 anos a mudança de realidade presente em nosso cotidiano, provavelmente, vai ser ainda mais abrupta do que a de 60 anos atrás.




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